A perda óssea dentária é um problema comum que pode comprometer a saúde bucal e a qualidade de vida do indivíduo. Esse processo ocorre quando o osso de suporte dos dentes se deteriora, podendo levar à mobilidade dentária e até à perda dos dentes.
Neste artigo, explicaremos o que causa a perda óssea, como identificá-la e quais são os melhores tratamentos e formas de prevenção.
O que é a perda óssea dentária e por que ocorre?
A perda óssea dentária acontece quando o tecido ósseo ao redor dos dentes se desgasta ou reabsorve, diminuindo o suporte estrutural e comprometendo sua estabilidade. Esse fenômeno é gradual e está relacionado a diversas condições bucais e sistêmicas. Entre as principais causas estão doenças periodontais, ausência prolongada de dentes, traumas dentários e fatores sistêmicos, como a osteoporose.
O processo ocorre devido à falta de estímulos adequados ao osso alveolar, que depende da presença de dentes ou implantes para manter sua densidade e volume. Sem esse estímulo, o organismo pode reabsorver o osso, levando à redução da estrutura óssea e, em casos avançados, à dificuldade de reabilitação com próteses ou implantes dentários.
Sem tratamento adequado, pode resultar na perda definitiva dos dentes e na necessidade de procedimentos complexos para reconstrução óssea.
Principais causas da perda óssea nos dentes
A perda óssea nos dentes pode ocorrer por diversos fatores, desde doenças gengivais até condições sistêmicas. Compreender as principais causas é essencial para prevenir e tratar o problema adequadamente.
Doença periodontal e sua relação com a perda óssea
Tudo começa na Gengivite, que é o início da inflamação do tecido gengival e quando agravada pode se tornar uma periodontite. A periodontite é uma infecção grave das gengivas causada pelo acúmulo de placa bacteriana e tártaro.
Se não tratada, essa inflamação vai atingir os tecidos de suporte dos dentes, incluindo o osso alveolar, causando sua reabsorção. A deterioração óssea, que chamamos de desgaste, pode levar ao enfraquecimento dos suportes dos dentes, resultando em sua perda.
Ausência prolongada de dentes e reabsorção óssea
Quando um dente é perdido e não substituído rapidamente, o osso que o sustentava começa a se reabsorver devido à falta de estímulo mastigatório. Esse processo ocorre porque a pressão exercida pelos dentes durante a mastigação é fundamental para manter a densidade óssea.
Assim, a reabsorção óssea pode dificultar a instalação de implantes dentários no futuro, tornando necessária a realização de enxertos ósseos para reconstrução da área afetada.
Traumas dentários e impacto na estrutura óssea
Lesões causadas por quedas, acidentes ou impactos fortes na região bucal podem levar à fratura óssea ou danos irreversíveis à raiz dentária. Dependendo da gravidade do trauma, pode ocorrer também uma necrose da estrutura óssea, levando à sua reabsorção e à necessidade de intervenções para a estabilização do processo.
Fatores sistêmicos como osteoporose e deficiências nutricionais
Doenças sistêmicas como a osteoporose podem comprometer a densidade óssea em todo o corpo, incluindo os ossos da mandíbula e do maxilar. A osteoporose enfraquece a estrutura óssea, tornando-a mais propensa à reabsorção e dificultando a fixação de dentes ou implantes.
Além disso, deficiências nutricionais, especialmente de cálcio e vitamina D, podem comprometer a saúde óssea e contribuir para a perda óssea dentária. Manter uma alimentação equilibrada e rica em minerais essenciais é crucial para prevenir esse problema.
Como identificar os primeiros sinais de perda óssea dentária?
Os primeiros sinais de perda óssea dentária podem ser sutis e muitas vezes passam despercebidos até que o problema se torne mais grave. Entre os sinais mais comuns estão:
- Retração gengival: a gengiva começa a se afastar dos dentes, expondo mais a raiz dentária e deixando os dentes com aparência mais longa;
- Sensibilidade dentária aumentada: devido à exposição da raiz, os dentes podem se tornar mais sensíveis a temperaturas frias e quentes;
- Mobilidade dos dentes: dentes que antes eram firmes podem começar a apresentar leve movimentação, o que indica perda do suporte ósseo;
- Presença de espaços entre os dentes: a diminuição da estrutura óssea pode causar o deslocamento dos dentes, criando espaços entre eles;
- Mudanças na mordida: a posição dos dentes pode ser alterada, afetando o encaixe da mordida e causando desconforto ao mastigar;
- Dor ou desconforto ao mastigar: a perda óssea pode comprometer a estabilidade dos dentes, tornando a mastigação desconfortável ou até dolorosa;
- Infecções frequentes na gengiva: a perda óssea pode estar associada a inflamações recorrentes, que resultam em inchaço, sangramento e até abscessos gengivais.
Ao notar qualquer um desses sintomas, é essencial procurar um dentista para uma avaliação detalhada. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a progressão da perda óssea e garantir um tratamento mais eficaz.
Quais são os tratamentos para a perda óssea nos dentes?
O tratamento para a perda óssea dentária depende da gravidade do caso e do estágio da reabsorção óssea. Entre as abordagens mais eficazes estão:
- Tratamento periodontal: em casos de perda óssea causada por doenças gengivais, o controle da periodontite com raspagem e alisamento radicular pode impedir a progressão da reabsorção óssea.
- Uso de medicamentos: alguns casos podem ser tratados com medicamentos específicos que ajudam a fortalecer a estrutura óssea, como suplementos de cálcio e vitamina D.
- Enxertos ósseos: quando há uma perda óssea significativa, pode ser necessário realizar um enxerto ósseo para reconstruir a estrutura perdida e preparar a área para futuros implantes dentários.
- Próteses Fixas: o uso destas próteses também retardam a reabsorção do osso alveolar (essa opção não é uma substituição ao dente sadio e bem cuidado, mas uma alternativa para prolongar a funcionalidade da região afetada).
- Implantes dentários: a instalação de implantes pode evitar que a perda óssea progrida, pois o implante estimula o osso, evitando sua reabsorção.
- Técnicas de regeneração óssea: procedimentos como a regeneração óssea guiada utilizam membranas e biomateriais para estimular o crescimento ósseo na área afetada.
- Aparelhos ortodônticos: em alguns casos, o uso de aparelhos pode ajudar a redistribuir as forças da mordida e evitar a perda óssea em regiões específicas.
A escolha do tratamento mais adequado deve ser feita por um profissional especializado, levando em consideração a saúde geral do paciente, a extensão da perda óssea e as condições bucais individuais.
Enxerto ósseo: quando ele é necessário?
O tratamento com enxerto ósseo é indicado quando a perda óssea é severa e impede a colocação de implantes dentários. O procedimento consiste na inserção de material ósseo para estimular a regeneração do tecido perdido e para completar a área perdida, através de um material bio compatível.
O uso deste material só é indicado para determinados casos, necessitando que o profissional indique e verifique se terá uma boa adesão a área que está pretendendo repor.
Como prevenir a perda óssea dentária?
A prevenção da perda óssea dentária envolve hábitos saudáveis e cuidados bucais adequados. Indicamos 8 medidas simples:
- Higiene bucal rigorosa: escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia e utilizar fio dental diariamente para remover placa bacteriana e evitar doenças gengivais.
- Visitas regulares ao dentista: consultas periódicas permitem a detecção precoce de problemas gengivais e a realização de limpezas profissionais.
- Tratamento imediato de doenças periodontais: controlar a gengivite e a periodontite evita a progressão para a perda óssea.
- Reposição de dentes perdidos: a instalação de implantes dentários ou próteses impede a reabsorção óssea causada pela ausência dentária.
- Dieta equilibrada: consumir alimentos ricos em cálcio, fósforo e vitamina D fortalece a estrutura óssea.
- Evitar hábitos prejudiciais: o tabagismo e o consumo excessivo de álcool comprometem a saúde óssea e devem ser evitados.
- Uso de protetores bucais em atividades de risco: proteger os dentes em esportes de contato pode evitar traumas e impactos que levem à perda óssea.
- Controle de doenças sistêmicas: manter a osteoporose e outras condições sob controle reduz os riscos de reabsorção óssea na cavidade oral.
Adotar essas medidas pode garantir uma saúde bucal duradoura e evitar complicações que exijam tratamentos mais complexos no futuro.
Conclusão
A perda óssea dentária é uma condição que pode comprometer a saúde bucal e a qualidade de vida, mas que também pode ser prevenida e tratada com os cuidados adequados.
Manter bons hábitos de higiene, realizar visitas regulares ao dentista e investir em tratamentos adequados são medidas essenciais para preservar a saúde dos ossos da boca e garantir um sorriso bonito e funcional por toda a vida.
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